"A cidade tem adotado um pouco a cultura do Rio [de Janeiro], do Carnaval de rua, que está interessante e tem melhorado", afirmou João Paulo Casanova Maia, 35 anos, de Cascais e atualmente morador da Vila Madalena, bairro boémio por onde passam a maioria dos blocos paulistanos.
Casanova Maia afirmou que, em Portugal, o período do Carnaval é tratado como dias de folga e, no Brasil, como festa, folia.
"Eu gosto do Carnaval brasileiro, mas não teria paciência para ir a Salvador, na bagunça", afirmou o vendedor de software no Brasil, onde mora há seis anos.
Nem mesmo o trabalho durante o feriado afastou a empresária Patrícia Amaral, 41 anos, do Carnaval paulistano. Dona de uma padaria na cidade, afirmou que irá tentar aproveitar a festa na noite de sábado, mas antecipou a ida aos blocos para o fim de semana anterior.
"Fui com amigos, ficamos nos bloquinhos, tomamos uma cerveja e ouvimos uma música, estava bem animado. Só a chuva foi ruim", afirmou.
Patrícia Amaral, que vive em São Paulo há 17 anos, já passou o feriado em diversas cidades brasileiras e, inclusive, desfilou numa escola de samba. "Foi muito legal, recomendo para todos", disse.
Apesar disso, prefere o modo de festejar o Carnaval em Portugal, com uma fantasia, na presença de amigos. "Gosto de uma festa mais tranquila, de colocar uma maquiagem e um arranjo na cabeça", contou a empresária.
O empresário André Barreto, 28 anos, de Lisboa, fará um programa comum para os paulistanos: passar metade do feriado na capital e a outra metade na praia, a descansar e a frequentar outras festas.
Barreto disse gostar dos blocos de Carnaval tanto pelo ritmo, quando é samba ou marchinha, quanto por ser um espaço "mais democrático, onde não se paga para entrar e as pessoas se encontram na rua, sem camarotes".
Em quatro anos de Brasil, o empresário passou carnavais no Rio de Janeiro, em Salvador de Baía e em Ilhabela (litoral de São Paulo).
O seu favorito, contou, foi em Florianópolis, no sul do país, não por causa da predominância de música eletrónica, mas pela dimensão das festas.
O clima de verão, disse, é a primeira diferença que um português percebe ao passar a festa no Brasil. "Em Portugal é frio, aqui é calor. E aqui vive-se a festa de outra maneira, com menos fantasias e muitos carnavais diferentes pelo país. No Brasil também as pessoas dançam mais e cometem mais exageros, há uma conotação mais sexual", afirmou o empresário.
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