"Julgo que não se percebe muito bem, não é quantificada. Se bem percebi a proposta diz algo como: talvez se arranje um estágio no microcrédito para um em cada quatro mil portugueses que foram obrigados a emigrar", afirmou Catarina Martins.
A porta-voz do BE começou por dizer que pensou estar a ler a notícia acerca do programa num "jornal satírico".
"Mandámos as pessoas embora - vão e não voltem - e agora temos um programa tão grande de alguém conseguir como o totoloto para eventualmente alguém voltar com um crédito a pagar ou um programa de estágios", disse, falando numa conferência de imprensa, na sede do BE, em Lisboa.
"As famílias que estão separadas em Portugal merecem ser mais bem tratadas. É realmente um drama que o desemprego tenha obrigado tanta gente a sair do país", declarou, argumentando que para que voltem "é preciso crescimento económico, é preciso emprego, é preciso, acima de tudo, que falemos das condições reais do país de uma forma séria".
O Governo aprovou na quinta-feira o Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020 apresentando como novidade a inclusão de incentivos ao regresso de emigrantes, através de apoios à contratação de desempregados e à criação de emprego próprio em Portugal.
Sem quantificar esses apoios nem falar em números, e remetendo detalhes para quando forem lançados os concursos do novo quadro de fundos europeus, o secretário de Estado Adjunto do ministro do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, alegou que "há muitas décadas" não havia uma política para as migrações que contemplasse incentivos ao regresso de cidadãos portugueses emigrados.
Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Pedro Lomba ressalvou, contudo, que o Governo PSD/CDS-PP não vai conceder nenhuns apoios exclusivos aos portugueses no estrangeiro, que não estejam disponíveis para os residentes em Portugal: "Não, absolutamente", afirmou, acrescentando: "São medidas que se aplicarão a quem estiver numa situação de desemprego, tanto aos que estão, como aos que pretendam regressar a Portugal".
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