O centro também ajuda os utentes a inscreverem-se no programa Portugal do Coração, que leva a Portugal cidadãos portugueses carenciados com mais de 65 anos, que há mais de 20 anos não visitam o país. Em 2014, dois moradores de São Paulo foram escolhidos para a viagem.
Quase cinco anos depois de ter emigrado para o Brasil, Joaquim Martinho das Neves, 53 anos, é um dos portugueses que, desiludido com o ‘eldorado' brasileiro, precisa de apoio do centro de imigrantes para regressar a Portugal.
"É impossível uma empresa dar certo num país onde as pessoas não pagam os serviços, a carga tributária é alta, e todos querem aproveitar-se da ingenuidade dos estrangeiros", afirma Martinho das Neves num artigo publicado no JN, que se diz enganado por um sócio e amigo e por um advogado, pelo que optou por recorrer ao apoio do Centro de Apoio a Portugueses Carenciados para voltar a Portugal.
A trabalhar na construção civil há muitos anos, Martinho das Neves foi convidado para ir para o Brasil em 2011, no auge da crise imobiliária em Portugal mas o que encontrou no outro lado do oceano desiludiu-o.
"Só quero que as pessoas que me prejudicaram sejam penalizadas, receber pelo meu trabalho e voltar para o meu país", disse o empresário, que reside em Sintra.
Enquanto procura uma maneira de voltar para Portugal, Martinho das Neves também pediu auxílio ao Centro de Apoio para casar-se com a mulher, brasileira, no consulado de Portugal em São Paulo.
"Para mim era tudo novidade, porque não conhecia nada. Conhecia pela literatura, pelos estudos, televisão, foi maravilhoso, a maior experiência da minha vida", afirmou à Lusa o reformado Albino Diniz da Silva, 81 anos, que vive no Brasil desde os 2 anos de idade.
Também reformado, o açoriano Osvaldo Angelino dos Santos Pereira, 78 anos, pode rever a irmã após 53 anos fora de Portugal, na ilha de Graciosa, através do programa.
Domingos, 36 anos, acabou de sair do sistema penal brasileiro, e quer voltar a Portugal, após o fim do processo de expulsão pela justiça brasileira.
Com o auxílio do Centro de Apoio, conseguiu regularizar os documentos e tem um contato para trabalhar em São Paulo enquanto aguarda.
"Quero voltar, espero que a expulsão chegue daqui a meia-hora", disse, sorrindo.
O centro, que faz parte da Provedoria da Comunidade Portuguesa de São Paulo, o braço assistencial do consulado geral, é apoiado pela Secretaria de Estado das Comunidades mas também com doações várias de privados.
"A Provedoria Portuguesa do Estado de São Paulo possui uma relação próxima com as autoridades de São Paulo, municipais e estaduais", afirmou o cônsul-geral em São Paulo, Paulo Lopes Lourenço. A Provedoria apoia também a manutenção de um Lar de Idosos, que atualmente atende a 49 pessoas.
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