A comunidade portuguesa na Venezuela "vive com uma certa nostalgia as datas nacionais do nosso país, com saudades dos que deixaram em Portugal", mas os nossos emigrantes "não tencionam regressar definitivamente", ainda que o futuro se apresente com "alguma incerteza", disse Filipe Gouveia ao Jornal da Madeira.
"Os planos podem passar pelo regresso temporário, devido à insegurança e à crise", mas "não definitivamente", confessaram alguns madeirenses ao correspondente da Agência Lusa em Caracas. "Regressar ainda não está nos planos, mas o futuro da Venezuela está muito incerto, temos isso como uma válvula de escape", explicou Agostinho David Mendes.
"Enquanto pudermos, temos que lutar por este país que nos deu muito", diz este emigrantenatural de São Vicente e radicado na Venezuela há 24 anos onde é um dos proprietários de um restaurante em Caracas. As razões para um eventual regresso são "a questão política, a insegurança pessoal e económica, mas também o projecto que encabeça o Presidente (Hugo Chávez)" que está a levar o país para "um comunismo", admite David Mendes. No entanto, "muitos portugueses, quando ponderam o regresso, pensam imediatamente na crise financeira mundial, no desemprego em Portugal e encaram o território
português apenas um sítio para fazer uma pausa temporária antes de optar por outros destinos", confirma Filipe Gouveia.
Jornal da Madeira, aqui, acedido em 12 de Junho de 2009.