Durante a audição na comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, afirmou que o aumento da emigração, que coincidiu com a crise económica, não é mais do que "o prolongamento de uma tendência passada".
"O aumento da imigração entre 2008 e 2013 é o prolongamento de uma tendência passada. [...] Entre 2008 e 2013, o valor médio (de emigrantes) aumentou em 13 mil indivíduos", sublinhou o ministro, acrescentando que "é uma constante desde a Segunda Guerra Mundial, embora com intensidade variável".
Já o coordenador do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, não concorda com esta avaliação, alertando para o ritmo crescente do movimento de emigração, que não mostra quaisquer sinais de abrandamento. "Os dados de 2014 (que serão revelados brevemente) vão ultrapassar os 110 mil emigrantes em 2013", vincou.
O sociólogo referiu-se à taxa de crescimento dos períodos entre 2004 e 2007 e 2010 e 2013 para provar que não se pode desvalorizar a saída de portugueses. "Entre 2004 e 2007, a taxa de crescimento da emigração foi de 9%, quando a taxa de crescimento entre 2010 e 2013 foi de 16%", avançou.
Segundo Rui Pena Pires, as declarações do ministro "não dão conta do que é a tendência inegável de crescimento da emigração".
Durante audição na comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, o deputado bloquista José Soeiro acusou o Governo de ter incentivado as pessoas a saírem do país.
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