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PS diz que ministro Poiares Maduro confirmou que Passos mentiu sobre emigração
2015-06-22
O PS considerou que o Governo confirmou que o primeiro-ministro "mentiu" sobre a evolução da emigração em Portugal, com o maior aumento a registar-se no segundo semestre de 2011 quando o ministro Poiares Maduro chamava-se "Relvas".

O PS considerou que o Governo confirmou que o primeiro-ministro "mentiu" sobre a evolução da emigração em Portugal, com o maior aumento a registar-se no segundo semestre de 2011 quando o ministro Poiares Maduro chamava-se "Relvas".

"Parece que o ministro Poiares Maduro já se esqueceu quando este Governo começou e que a responsabilidade por metade de 2011 é deste Governo. É verdade que nessa altura Poiares Maduro se chamava Relvas, mas isso não é culpa dos portugueses", declarou Porfírio Silva.

Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do PS, reagia à agência Lusa às afirmações feitas pelo ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, acusando o líder socialista, António Costa, de "falta de honestidade intelectual e política" ao afirmar que a emigração em Portugal aumentou 126%, entre 2010 e 2013.

António Costa, segundo Miguel Poiares Maduro, "esqueceu-se foi de dizer que desses 125%, praticamente 100% foram de 2010 para 2011, ou seja, ainda durante o governo socialista" liderado por José Sócrates.

No entanto, para Porfírio Silva, nesse período 2010/2011, é a partir do último semestre de 2011, já com Passos Coelho nas funções de primeiro-ministro, que terá ocorrido o maior aumento da emigração.

Na passada sexta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, mentiu no parlamento sobre a questão da emigração. Não pode ser dito de outra maneira. Hoje, o ministro Miguel Poiares tentou defender Passos Coelho, mas, na realidade, reconheceu que o primeiro-ministro mentiu, o que demonstra que já nem os ministros conseguem defender a palavra do primeiro-ministro", acusou Porfírio Silva.

Segundo Porfírio Silva, na realidade, "a emigração em Portugal foi mais gravosa do que em outros países europeus sob processo de ajustamento" e, particularmente, 2011 "foi um ano terrível para o emprego dos portugueses".

"Dos 170 mil empregos destruídos em 2011, no primeiro ano de mandato [do executivo] de Pedro Passos Coelho, 160 mil foram destruídos no segundo semestre do ano, em pleno Governo PSD/CDS. Desses 160 mil, 130 mil foram destruídos já no último trimestre. Esta brutal queda do emprego, que se refletiu nas primeiras políticas do Governo de Passos Coelho, tem muito a ver com a evolução da emigração", defendeu o dirigente socialista.

De acordo com o membro do Secretariado Nacional do PS, caso se atente à evolução temporária e permanente da emigração ao longo da última legislatura, verifica-se que se registaram em 2011 "mais de 100 mil emigrantes, em 2012 mais de 120 mil, em 2013 mais de 128 mil emigrantes e em 2014 mais de 134 mil emigrantes".

"Numa só legislatura temos mais de meio milhão de emigrantes em Portugal e com isto não se brinca. O ministro Poiares Maduro, que nem sequer consegue defender as mentiras de Passos Coelho, não pode tentar iludir esta realidade", afirmou o membro da direção do PS.

Ainda em resposta direta ao facto de Poiares Maduro ter hoje apresentado dados sobre a evolução da emigração entre 2010 e 2011, Porfírio Silva situou o período negro referente à perda de empregos no final de 2011.

"A comparação entre 2010 e 2011 parece que atrapalhou o ministro adjunto Poiares Maduro que então se chamava [Miguel] Relvas, mas os primeiros efeitos das brutais medidas tomadas por este Governo registaram-se no fim do ano de 2011″, insistiu Porfírio Silva.

 

João Relvas/Lusa

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