O CONTEXTO
A falta de emprego e a precariedade motivaram muitos portugueses a procurar oportunidades no estrangeiro nos últimos anos. A ligação entre o desemprego e emigração foi de novo suscitada por Jerónimo de Sousa, nesta campanha. No final de uma arruada junto à estação da Parede, na terça-feira, o secretário-geral do PCP criticou as opções do Governo: "O que se exige é uma outra política económica." E acrescentou: "Não é por acaso que foram 500 mil portugueses para a emigração, 70% dos quais com menos de 35 anos, porque não encontravam cá emprego com direitos. Sem mais produção industrial, por mais estatísticas que se façam não se consegue ultrapassar o problema do emprego em Portugal."
OS FACTOS
Os números da emigração cresceram todos os anos desde 2010, quer se trate de emigração temporária ou permanente. E atingiram um pico em 2013, que se mantém em 2014, de acordo com os dados provisórios do Observatório da Emigração, a partir dos registos de entradas de portugueses dos institutos de estatística dos principais países de destino.
Os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que 128.108 pessoas saíram de Portugal em 2013. Nesse total, contam-se 66.748 pessoas com menos de 34 anos, ou seja, 52% do total, não sendo possível saber ao certo quantas serão com menos de 35 anos. Juntando os portugueses com menos de 39 anos, o total (82.161 pessoas) representa 64% de todos os emigrantes em 2013, ainda abaixo dos referidos 70%. Muito próximo desse valor está sim a percentagem de pessoas com menos de 34 anos que saíram em 2012 de forma permanente: foram 35.990 - ou seja, 69% de um total de 51.958.
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