As agências de recrutamento internacional têm agendadas ações para janeiro. Os anúncios de emprego promovem vagas no estrangeiro. As organizações profissionais continuam a ser contactadas por quem vai emigrar. E nas redes sociais são muitas as perguntas aos amigos emigrados de quem quer partir. Ou seja, não se prevê um regresso de emigrantes em 2016, a não ser de países que estejam com problemas económicos e/ou políticos, como Angola. É mais provável a vinda de imigrantes, mas também aqui por dificuldades na origem, como é o caso do Brasil. E quem vem traz na bagagem a vontade de partir se a coisa não correr bem. Situação dramática para a demografia portuguesa, muito envelhecida.
Emigraram 400 mil portugueses nos últimos quatro anos, tanto como estrangeiros que imigraram para Portugal em 40 anos. À pergunta: "Haverá um retorno de emigrantes em 2016?", Rui Pena Pires, sociólogo e coordenador do Observatório da Emigração (OE), é perentório: "Não." E a principal razão é que "não houve, e não é provável que haja, uma alteração de fundo nas diferenças de oportunidades que existem em Portugal e nos países de destino".
A vice-coordenadora do Sindicato dos Enfermeiros, Guadalupe Simões, confirma. "Não há melhorias em Portugal, não há uma valorização do trabalho, pelo contrário, assistimos a uma degradação das condições. E os salários são tão baixos que, mesmo com a diminuição dos cortes fiscais, vai sentir-se pouca diferença". Os enfermeiros têm ido sobretudo para o Reino Unido, também para a Bélgica e para a Suíça, além dos Emirados Árabes, do Dubai e do Qatar. Vão ganhar o triplo do que receberiam no seu país, cerca de mil euros para um profissional com dez anos de experiência.
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