Angola é um dos países que mais estão a sofrer com a desvalorização do preço do petróleo. Numa economia muito dependente desta matéria-prima, a queda das exportações provocou uma crise cambial que está a asfixiar empresas e trabalhadores, nomeadamente os portugueses.
Muitos emigraram para conseguirem uma vida melhor, mas é por esta realidade estar cada vez mais distante que voltam. Muitos têm as contas recheadas de kwanzas, mas de nada serve, porque não conseguem pagar as contas em Portugal. Até as viagens de regresso são postas em causa, com a dificuldade em trocar a moeda angolana por dólares.
De acordo com o Sindicato da Construção Civil, há em Angola cerca de 13 mil empresas portuguesas e 200 mil trabalhadores. Albano Ribeiro, presidente desta estrutura sindical, adianta ao i que a situação é tão grave que "só nos últimos três meses, regressaram a Portugal mais de 10 mil trabalhadores".
Para quem teima em ficar, as dificuldades são evidentes. António, construtor de 45 anos, recorda uma vida desafogada que agora não tem e não acredita voltar a ter naquele país africano. "Os aviões vinham completamente cheios para Angola. Compensava apostar numa vida aqui. Agora é ao contrário. Os aviões vêm cada vez mais vazios para cá e mais cheios quando o destino é Portugal." A viver em Luanda há cerca de três anos, sublinha que a situação é "dramática e de desespero total". "Os portugueses com contratos angolanos estão a sofrer mesmo muito. Há centenas de pessoas com ordenados em atraso."
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