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Emigração subiu: 475 médicos foram trabalhar para fora no ano passado
2016-02-01
Em dois anos, 869 médicos, a maioria entre os 25 e os 44 anos, emigraram. Em 2015, houve mais 20% de saídas

No ano passado emigraram 475 médicos, o número mais alto de sempre desde que há registo na Ordem dos Médicos. Segundo os dados enviados ao DN pelas três secções regionais, verificou-se uma subida de 20% nas saídas de médicos para outros países, em 2014 foram 394. Além de procurarem melhores condições de trabalho e remuneração, há "cada vez mais quem saia para fazer a especialidade porque cá não conseguiu a que pretendia", diz Miguel Guimarães.

No Norte e no Centro houve um decréscimo ou estabilização das saídas de médicos, que foram confirmadas uma a uma com todos os que pediram os certificados para ir para o estrangeiro. Mas os números do Norte ainda não estão fechados. "Falta-nos confirmar os últimos pedidos, o que significa que é possível que subam."

A grande avalanche foi no Sul do país, com 311 clínicos a ir para o estrangeiro, quase mais cem. As explicações são invariáveis. "Há muitos jovens que têm dificuldade em fazer a especialidade ou mesmo aquela que querem, e vai ser cada vez pior porque se forma um maior número de médicos e não há onde fazer a especialidade", alerta o bastonário José Manuel Silva.

A degradação das condições de trabalho, os concursos que demoram e que "deixam os recém-especialistas a receber como internos durante um ano, como aconteceu com o ministro Paulo Macedo, são desmotivantes", acrescenta.

Os pagamentos nas urgências, as horas extra, a desmotivação e as condições de trabalho, "em que faltam pessoas e bens materiais", afastam os médicos, em particular os mais jovens. São estes os primeiros a emigrar.

Analisando os dados da Ordem, conclui-se que a maior parte dos médicos saem numa das fase s mais ativas. No Norte, por exemplo, 76% dos 113 médicos que saíram tinham entre 25 e 44 anos. Mais de 70% conseguiam ir com um contrato de trabalho e 25% para fazer a especialidade que pretendiam, como referiu o bastonário. No Sul, metade dos que partiram já eram especialistas e outra metade foi à procura de vaga para uma especialidade.

 

Ler artigo completo no DN, aqui.

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