José Luís Carneiro esteve hoje reunido com o ministro da Educação do Luxemburgo, com quem discutiu o acesso dos portugueses à formação profissional no sector da construção, necessária para certificar competências e subir de escalão, mas onde as línguas são uma barreira para os emigrantes.
"São pessoas com baixas qualificações, que têm dificuldades na escrita, mesmo em português, e se a formação técnico-profissional não for garantida em língua portuguesa, dificilmente acederão a essa mesma formação", disse ao CONTACTO o secretário de Estado.
Desde 2002 que a lei luxemburguesa exige um diploma emitido pelo Instituto de Formação Sectorial da Construção (IFSB) para progredir de escalão profissional e aumentar de salário. Os cursos são necessários também "para os trabalhadores que caem em situação de desemprego e se querem reconfigurar profissionalmente, adquirindo novas competências", explicou o secretário de Estado.
O problema é que para os emigrantes portugueses, que representam a maioria dos trabalhadores no sector, isso significa fazer formação e exames "em luxemburguês, alemão ou em francês", idiomas "que a maioria não domina", ficando por isso "impossibilitados de aceder a essa formação".
"Enquanto a formação profissional não for oferecida em língua portuguesa, do que estamos a falar é de uma possibilidade formal que não corresponde a uma possibilidade real", defendeu José Luís Carneiro, afirmando que o ministro da Educação do Luxemburgo se mostrou receptivo a essa possibilidade.
"O ministro comprometeu-se a desenvolver connosco este esforço de oferta de formação profissional em português", disse José Luís Carneiro, que propôs ao governante luxemburguês a colaboração com "associações portuguesas" com experiência nesta área.
"Sugeri que pudessem ser contactadas as associações portuguesas, nomeadamente a Confederação da Comunidade Portuguesa do Luxemburgo (CCPL), que tem já uma prática de formação profissional aberta a várias nacionalidades, para que eles próprios possam disponibilizar formação e qualificação técnica e profissional aos portugueses que aqui chegam", disse o SECP.
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