Mariana Mendes e Catarina Antunes tiveram nos últimos anos, caminhos idênticos. A emigração nunca esteve nos seus planos, mas há anos atrás tornou-se uma realidade para ambas, já que os percursos profissionais dos maridos, levaram-nas a emigrar para a Suíça. Mariana Mendes, 47 anos, natural de Lisboa, licenciada em Relações Internacionais. Foi para a Suíça acompanhar o marido, que aceitou o convite da multinacional onde trabalhava em Portugal, para assumir funções em Genebra. O casal e os filhos chegaram há oito anos à Suíça.
Catarina Antunes, 39 anos, natural de Alverca, também reside há oito anos na Suíça. Licenciada em Gestão de Marketing, foi também a acompanhar o marido, cuja carreira profissional o levou até àquele país.
Em Setembro do ano passado iniciaram um projeto que nasceu de uma situação de ‘clichés' vivida por uma delas, à entrada de um centro comercial da cidade. Mariana Mendes conta ao ‘Mundo Português' que um homem perguntou-lhe qual era a entrada para o supermercado. Referiu que trabalhava nas Nações Unidas e estava há pouco tempo em Nyon. Quando soube que Mariana era portuguesa, fez-lhe um convite de trabalho.
"Perguntou se queria trabalhar para ele porque nas Nações Unidas todos os colegas lhe diziam que as mulheres portuguesas eram as melhores ‘mulheres a dias' da Suíça", recorda, acrescentando que agradeceu, mas disse-lhe que não estava interessada, não estava à procura de trabalho naquele momento, e que, de qualquer maneira, era licenciada em Relações Internacionais "e se calhar poderia estar a fazer o mesmo que ele estava a fazer nas Nações Unidas".
O episódio ficou-lhe "a trabalhar na cabeça", conta, mas, mais do que isso, fê-la perceber que "deveria fazer alguma coisa" para desmistificar a imagem das mulheres portuguesas na Suíça, partindo da realidade que existe em Nyon. A forma encontrada para passar a mensagem foi através de uma exposição fotográfica que desse rosto a estas mulheres e à diversidade de profissões que exercem.
"Pretendemos mostrar que as mulheres portuguesas são muito boas ‘mulheres a dias', mas há muito mais do que isso, têm muitas outras profissões, são excelentes profissionais em tudo o fazem, são lutadoras", explicou.
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