Elda Furtado, dos Açores, tinha um pressentimento mau e confirmou-o, Armindo Cachada, de Barcelos, diz que isto vai doer, "e vai doer muito", e Luís Pedrosa, do Porto, fala na equivalência de uma guerra.
Olham pela janela do avião e veem um mapa da Europa cosido a remendos e um país que lhe meteu uma titânica tesoura para o retalhar. O que preveem para lá do horizonte - e o horizonte chegou esta sexta-feira com toda a perplexidade da vitória do Sim no referendo à saída do Reino Unido da União Europeia dos 28, num embate de 52% contra 48% que queriam ficar - assusta-os e dá-lhes medo porque pela primeira vez não sabem o que é o futuro, nem o seu nem o dos outros 60 milhões que vivem com eles nas ilhas unificadas da grande Bretanha.
São três emigrantes portugueses que esta sexta-feira à noite voavam, entre muitos outros, do Porto para Londres e, aturdidos, desconfiavam pelo país que iam encontrar ao aterrar. "Não sabemos o que aí vem, só sabemos que não é bom...", abrevia o portuense Luís Pedrosa, ainda sentado dentro do avião branco da British Airways, a deixar as reticências penduradas no ar.
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