A análise atenta desses trabalhos e a observação empírica que a vida me tem propiciado, conduzem-me a considerar que a sociedade portuguesa é muito condescendente com estes dramas que marcam a nossa vida coletiva. No espaço deste artigo não cabem a reflexão sobre as causas deste comportamento, nem uma abordagem de cada realidade que enuncio. Opto, assim, por deixar uma curta nota relativa à pobreza e debruçar-me um pouco mais sobre a emigração.
Numa sociedade moderna, o pobre não é apenas aquela pessoa humana que não tem suficiente alimentação. O direito a uma vida digna e à prestação de direitos fundamentais devem ser sagrados, como lembram grandes pensadores humanistas, como Amartya Sen, prémio Nobel da Economia, ou o monge Luciano Manicardi em "A caridade dá que fazer". Em democracia estamos obrigados a ajudar as pessoas carenciadas a não se "acomodarem" às suas privações, a evitar que se fechem na gestão dos seus condicionalismos e vergonhas, a sermos intolerantes com aqueles que, de forma gananciosa e oportunista, provocam a pobreza. Vergonha devem ter estes!
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