A função pública começou a ver repostos os seus salários, o salário mínimo poderá aproximar-se dos 557 euros em 2017, os impostos aumentaram, sim, mas por via indirecta, o que dá alguma margem de manobra aos consumidores. Apesar de não traduzirem nenhuma reviravolta na situação económica do país, estas medidas bastaram, segundo o investigador Jorge Malheiros, para gerar “um certo capital de esperança” que fez diminuir o número de portugueses que todos os anos saem para trabalhar lá fora.
Em 2015, o número de emigrantes portugueses diminuiu 18,5%, face ao ano anterior. O Instituto Nacional de Estatística (INE) contou 40.377 emigrantes permanentes, ou seja, portugueses que foram trabalhar e viver para o estrangeiro por pelo menos um ano, contra os 49.572 de 2014. Entre os emigrantes temporários (os que saem por mais de três meses e menos de um ano), a diminuição foi ainda mais expressiva, tendo chegado aos 28,5%: foram 60.826 em 2015, contra os 85.052 de 2014.
Mesmo assim, entre temporários e permanentes, Portugal viu saírem no ano passado 101.203 portugueses. Mas a segunda boa notícia é que o país viu entrar no ano passado 29.896 pessoas, o que, não sendo muito, traduz um aumento de 53,2% face a 2014. Mas antes de colocarmos a lupa sobre os que entraram no país, convém lembrar que esta aparente inversão de tendência não foi suficiente para que o saldo migratório saísse dos valores negativos (menos 10.481 pessoas, em 2015).
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