Pedro e Marina regressaram de Angola em 2015, quando os ordenados deixaram de ser pagos em euros, depois em dólares e mais tarde em kwanzas, com o câmbio cada vez mais baixo. No mesmo ano, Osni voltou a imigrar do Brasil, devido à degradação da economia do seu país. Casos que confirmam as estatísticas que dão conta de mais entradas em Portugal no ano passado. Encontraram trabalho, mas agora são mais mal pagos do que quando aqui tiveram emprego antes de deixarem o país.
Seiscentos e cinquenta euros não dá para sustentar uma casa quando se está só e se paga o aluguer. Era o salário de Marina Pereira, 33 anos, osteopata, no clube desportivo onde trabalhava desde que regressou de Luanda. Despediu-se e vai voltar a emigrar, em janeiro, desta vez para São Tomé e Príncipe, para gerir um spa, o mesmo que fazia na capital angolana. "Adoro Portugal, sou uma apaixonada pelo meu país, estou sempre a pensar em voltar, mas 650 euros não dá."
Faltavam dois meses para fazer três anos em Angola quando Marina decidiu regressar. Tinha deixado Portugal por um ordenado de 4200 euros, com casa, o que só aconteceu no primeiro ano. O salário foi sendo reduzido substancialmente e, há um ano, decidiu voltar a mudar. "Éramos um grupo de 20 amigos, só três é que ficaram e é porque estão a receber em Portugal. Muitos vieram e voltaram a partir: um para o Canadá, dois para Moçambique, um para o Brasil...", vai contabilizando.
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