O número de emigrantes nascidos em Portugal superou os 2,3 milhões, 22,3% da população portuguesa, o que significa que continuamos a ser um país de emigrantes. Um dado sublinhado por Rui Pena Pires, coordenador do Observatório da Emigração, que ontem apresentou o relatório de 2015. Destaca, "com surpresa", duas outras informações: a subida da emigração para Angola e a manutenção em alta de portugueses em França. O volume de saídas não aumenta pelo terceiro ano consecutivo, 110 mil pessoas, o que se considera elevado,
Portugal é o 27.º país do mundo com mais emigrantes e o sétimo na Europa. As Nações Unidas indicam 243 milhões de migrantes internacionais em 2015, 3.3% da população mundial. Destes, 2.3 milhões são portugueses, 0.9% do total de emigrantes, percentagem sete vezes superior ao peso da população de Portugal no contexto internacional (0.14%).
Tais números desequilibram a balança demográfica, já que o número de imigrantes é bastante inferior. E, segundo as conclusões do Observatório da Emigração, "é improvável, nos próximos anos, uma redução do volume da emigração significativa para os níveis anteriores à crise", anteriores a 2008.
Em 2015, a emigração subiu no Reino Unido (RU), Espanha, Dinamarca e Angola. Desceu na Suíça Luxemburgo e Noruega. Faltavam os dados estatísticos da França - entraram mais 18 480 portugueses - e de Angola - mais 6 715 -, para fazer uma avaliação final sobre a emigração em 2015.
"A única coisa que podemos afirmar é que a emigração não cresceu, se estabilizou ou se teve uma descida é algum que não podemos afirmar com certeza", disse Rui Pena Pires na apresentação do Relatório da Emigração 2015. Explicou: "mantém-se em valores claramente superiores a cem mil saídas por ano, ou seja, a níveis que, na história recente, só têm paralelo com os movimentos populacionais dos anos 60 e 70 do século XX". Em 2013 ter-se-á atingindo o pisco de emigrantes, 120 mil.
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