O deputado social-democrata pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, criticou hoje a falta de informação sobre as eleições europeias junto dos emigrantes, acusando o Governo de faltar à promessa de desdobramento das mesas de voto no estrangeiro.
"A informação que chega às comunidades portuguesas é muito reduzida. Praticamente só é possível obter informação através dos cartazes e de pequenos folhetos nos consulados, o que é claramente insuficiente", disse Carlos Gonçalves à Agência Lusa.
Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu votam pela primeira vez presencialmente todos os emigrantes portugueses.
Anteriormente, apenas os emigrantes residentes na Europa podiam eleger deputados europeus através de votação por correspondência.
Carlos Gonçalves considerou que este acto eleitoral tem componentes "muito complicadas" e que o resultado só poderá ser uma forte abstenção dos emigrantes portugueses.
"O Governo do Partido Socialista (PS) que tanto falou no desdobramento de mesas foi incapaz de disponibilizar seja o que for em relação a este acto eleitoral. Há pessoas que vão ter mesas só onde há instalações consulares", disse o parlamentar, apontando como exemplo a Alemanha, país que visitou no passado fim-de-semana.
"Na área consular de Estugarda, que é enorme, aparentemente haverá uma mesa de voto em Estugarda e outra em Munique. Alguns eleitores vão ficar a 300 quilómetros dos locais de voto", frisou.
Carlos Gonçalves lembrou ainda que no círculo da Europa há muitos portugueses inscritos para votar nas listas de deputados dos países de acolhimento, não podendo votar nas listas portuguesas.
"Pouca informação, poucas mesas de voto e eleitores que votam no país de acolhimento é evidente que isto vai significar uma participação muito baixa. Mas pela falta de informação até parece que é esse o objectivo", concluiu.
O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, garantiu em Dezembro, após a aprovação do fim do voto por correspondência na Assembleia da República - que viria a ser vetada pelo Presidente da República - que nenhum português no estrangeiro deixará de votar por falta de mesas.
Os portugueses residentes no estrangeiro vão votar nos consulados para as eleições europeias durante três dias (05, 06 e 07 de Junho).
Na Europa, estão inscritos 99.496 eleitores e Fora da Europa 107.509.
Nas últimas eleições europeias, em que participaram apenas os portugueses residentes na União Europeia, dos 63.481 inscritos votaram apenas 13.193 (20 por cento).
O Partido Socialista venceu neste círculo eleitoral, conquistando 46 por cento dos votos.
Lusa
Correio do Luxemburgo, aqui, acedido em 29 de Maio de 2009.