Criado em 1855 pelo português José D'Almeida Soares Lima Basto, então presidente do Gabinete Português de Leitura, o hospital tinha como função tratar os portugueses vítimas da cólera, epidemia que em meados do século passado matava no Brasil mais de 100 pessoas por dia. A comunidade portuguesa de Pernambuco doava dinheiro e objectos para a manutenção do hospital, onde todos os pacientes eram atendidos gratuitamente.
Passados 154 anos da sua fundação, o Real Hospital Português de Beneficência é uma referência do património da comunidade portuguesa daquele esrado.
Procurado por pessoas de todas as classes sociais, dedica a sua actividade à prestação de cuidados de saúde e com uma forte componente filantrópica e social. Com mais de 500 camas e de 50 especialidades médicas, o hospital tem 1.200 sócios, a maioria de origem portuguesa, e cerca de três mil funcionários.
150 anos com pompa
Em 2005, o complexo hospitalar celebrou um século e meio ao serviço da população. Do programa das comemorações, destacou-se a sessão solene e a inauguração de consultórios e das instalações da nova maternidade. No âmbito do seu aniversário, o Real Hospital Português de Beneficência de Pernambuco foi ainda homenageado pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
Em entrevista concedida na altura, ao Emigrante/Mundo Português, o provedor Alberto Ferreira da Costa referia os vários projectos nos quais a direcção do Hospital estava empenhada, nomeadamente o atendimento gratuito à população carente. "Nós temos o Ambulatório Maria Fernanda, que faz muito pelos carentes, mas não se apresenta como uma entidade deste hospital, devido ao crescimento do RHP. Precisamos fazer um prédio novo, digno das restantes instalações que o Hospital tem", sublinhava.
Um ano depois, no âmbito das comemorações dos 151 anos, Alberto Ferreira da Costa sublinhava a um jornal português o aumento da capacidade daquele espaço. "O ambulatório Maria Fernanda, que atendia 12 mil pessoas por mês gratuitamente, passa agora a dispor de um novo edifício com capacidade para atingir 24 mil atendimentos mensais gratuitos", revelava.
Uma das preocupações reveladas ao Emigrante/Mundo Português referia-se à necessidade da participação dos luso-descendentes na gestão do RHP. "Nós estamos a tentar inserir os jovens na directoria. O trabalho é voluntário, não se ganha nada. Mas quem chega aqui, começa a se entusiasmar com isto, vêm um trabalho muito progressivo, com resultados", destacava o provedor.
Mundo Português, aqui, acedido a 14 de Julho de 2009