Título Identidade cultural na (e em) rede. As redes sociais digitais (Facebook) como espaço de revivificação e afirmação da identidade cultural dos jovens migrantes portugueses, na Suíça
Autor Maria Carolina da Cunha Pinto
Orientador José da Silva Ribeiro
Ano 2017
Institutição Universidade Aberta
Grau Mestrado
Área Relações interculturais
Palavras-chave Redes sociais, Facebook, identidade cultural, emigração portuguesa, juventude, antropologia visual, Suíca, internet
URI http://hdl.handle.net/10400.2/6549
Resumo
A presente dissertação gravita em torno da tríade teórica juventude migrante, identidade cultural e redes sociais digitais e propõe, em primeiro lugar, cartografar os usos sociais e culturais das tecnologias digitais - Internet - a partir da experiência da emigração, e em segundo lugar, compreender a importância e/ou o papel das redes sociais digitais na identidade cultural dos jovens portugueses migrantes na Suíça. O Facebook constitui o locus da pesquisa empírica, a partir do qual, é construído um percurso metodológico aberto, flexível e de matriz etnográfica aplicada ao ambiente virtual. Face às singularidades e ao hibridismo do locus, faz-se o exercício de articular diferentes instrumentos e técnicas de recolha de dados tais como: o inquérito por questionário digital aplicado nos grupos diaspóricos portugueses no Facebook, a observação participante nas cronologias e perfis dos jovens migrantes portugueses que integram a amostra do questionário e a realização de entrevistas semiestruturadas em linha aos administradores dos grupos diaspóricos observados. Os resultados obtidos revelam que os jovens migrantes portugueses se encontram imersos num estilo de vida digital, no qual as tecnologias assumem não só um papel central nas suas vidas enquanto meio de comunicação, de contacto e de socialização inter pares como também constitui uma ferramenta indispensável em situação de emigração. De uma panóplia de redes sociais referenciadas, o Facebook, é inequivocamente a rede social privilegiada pelos jovens migrantes portugueses para o contacto com familiares e amigos em Portugal. Para além da componente social, comunicacional e interacional da rede social em estudo, identifica-se uma forte componente cultural observada quer nos grupos diaspóricos vocacionados para a comunidade migrante portuguesa na Suíça quer nos perfis ou cronologias dos jovens migrantes. Os grupos diaspóricos, dos quais os jovens migrantes são membros, possuem um papel relevante não só como veículo de comunicação e divulgação de eventos e festas culturais portuguesas, como também parecem ser responsáveis pela intensificação do contacto entre os jovens migrantes portugueses em offline. Por fim, enquanto “rede cultural”, o Facebook, assume-se um espaço simbólico e nostálgico, gerador de pertenças e de identidade cultural, contribuindo para a revivificação da língua e da cultura portuguesas.