Título Migrações internacionais e desempenho macroeconómico. Uma análise exploratória do caso português
Autor Alexandra da Silva Arede
Orientadora Marta Simões
Ano 2014
Institutição Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra
Grau Mestrado
Área Economia com especialidade em economia industrial
Palavras-chave Fluxos migratórios, crescimento económico, Portugal, ARIMA
URI http://hdl.handle.net/10316/26607
Resumo
O presente estudo tem como objetivo refletir sobre os potenciais impactos dos fluxos migratórios, e suas influências, sobre o desempenho macroeconómico em Portugal. É, para o efeito, realizada uma caracterização da evolução dos fluxos migratórios desde 1975, acompanhada também da análise de prováveis causas e consequências macroeconómicas. Verifica-se que os fluxos de emigração, que têm vindo a aumentar, são compostos por uma faixa etária bastante jovem e cada vez mais qualificada e, em contrapartida, os fluxos de imigração, que apresentam uma tendência decrescente, têm sido realizados por indivíduos com origem em países em desenvolvimento. Através da utilização de um modelo de previsão ARIMA, verificámos ainda que, se Portugal não tivesse sido afetado pela crise financeira de 2007-2008, os valores correspondentes aos fluxos de emigração seriam bastante mais baixos do que os valores efetivos. Relativamente aos fluxos de imigração, a tendência de crescimento acentuado ter-se-ia mantido, em vez de, efetivamente, se ter verificado um decréscimo. Significa, a crise atual pode vir a provocar inflexões duradouras nos fluxos migratórios com consequências importantes em termos do desempenho macroeconómico português no longo prazo via, nomeadamente, a fuga de cérebros associada ao aumento da emigração e o acentuar do envelhecimento da população portuguesa com a redução da imigração, composta até aqui na sua maioria por pessoas em idade ativa. Portugal enfrenta não só o desafio de ultrapassar a recessão de que é alvo e, no que diz respeito diretamente aos fluxos migratórios, de conseguir tornar o país mais atrativo não só para a população nativa, evitando a sua emigração, como também para a população estrangeira, nomeadamente qualificada.