A curta-metragem "À côté" do jovem cineasta de origem portuguesa residente na Suíça, Basil da Cunha, foi seleccionada para o 62ª edição do Festival do Filme de Locarno, que decorre entre a próxima quarta-feira e dia 15.
A curta-metragem de ficção de Basil da Cunha conta a história de um amor impossível e foi realizada no âmbito da Alta Escola de Artes e de Design de Genebra (Secção Cinema), que Basil da Cunha, de 24 anos e filho de mãe suíça e pai português, frequenta desde 2008.
O filme, em francês e com a duração de 25 minutos, será apresentado na secção "Leopardos de amanhã" (Pardi di domani), concurso nacional suíço.
Em declarações à Agência Lusa, Basil da Cunha mostrou-se satisfeito por marcar presença naquele que é um dos cinco maiores festivais de cinema da Europa.
"Este festival, sendo um dos cinco maiores na Europa, é sobretudo, o que tem maior impacto na Suíça, é fulcral ter a possibilidade de estar presente", disse Basil da Cunha.
O jovem cineasta não esconde que gostaria de ver o seu filme distinguido.No entanto, considera que a presença no festival é já um prémio.
"Gostava, claro, de ganhar o prémio de melhor curta. Não só porque faz bem o ego, mas também porque faz bem a bolsa! Mas para falar verdade já é um prémio estar lá", sublinhou.
Para o cineasta, a participação no festival dá "crédito e legitimidade" ao trabalho do realizador, bem como a possibilidade de "ver a reacção de um público de massas".
"À Côté" é o terceiro trabalho de Basil da Silva, depois de "La Loi du Talion" (2008) e "Le Mur" (2007). Presentemente, Basil da Cunha está envolvido na criação de um grupo de trabalho com cabo-verdianos, em Lisboa, com o objectivo de realizar duas curtas-metragens e uma longa-metragem.
Portugal "é o país do meu coração, no qual quero viver, trabalhar e desenvolver projectos", afirmou à Lusa.
"Vou lá sempre que posso e, quando não posso, sou obrigado a ir a centros portugueses para comer bacalhau com natas, comprar "A Bola" e encontrar-me com 'tugas'...Essas coisas que fazem lembrar o cheirinho de Portugal", acrescentou.
Para o cineasta, a influência de Portugal no seu trabalho traduz-se principalmente no que considera uma forma "mais latina de encarar o trabalho, com mais emoção do que razão".
"Tudo o que uma pessoa produz tem a ver com sua educação e cultura, que a influencia de maneira clara ou não, mas que afinal está sempre presente. Eu, por exemplo, gosto de falar nos filmes de imigrantes, do pessoal que trabalha nas obras, da gente que conheci aqui, do calor humano de quem não vive sempre nas melhores condições..." concluiu
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