O crescimento da comunidade portuguesa no estado brasileiro
do Ceará e o aumento dos fluxos turístico e económico justificam a instalação
de um vice-consulado, disse à Lusa o vice-cônsul, Francisco Neto Brandão.
O vice-consulado, que substitui o consulado honorário, está em fase de
instalação e foi decidido no âmbito da reestruturação consular levada a cabo
pelo Governo.
"De 2004 até agora houve um avanço muito grande no movimento consular no
Ceará, que aponta para um crescimento ainda maior", afirmou aquele
responsável.
Ainda segund o vice-cônsul, a reforma visa adequar "o actual quadro de
representações consulares às novas realidades e às reais
necessidades da presença portuguesa no mundo, em termos políticos, económicos,
culturais e sociais".
"O processo de instalação segue o seu curso normal e o conjunto de
serviços consulares vai estar implementado a médio prazo", assinalou.
Francisco Brandão observou que o Ceará é o segundo estado brasileiro em número
de empresas portuguesas instaladas, nomeadamente nas áreas de hotelaria,
energia renovável, imobiliária e de pequenas indústrias, por exemplo.
Em 10 anos, os portugueses investiram cerca de 360 milhões de reais (134,8
milhões de euros) no Ceará, dentro de um total de aporte externo na ordem dos
1,3 mil milhões de reais (487 milhões de euros).
Os números constam no estudo "Indicadores sobre o Investimento Estrangeiro
no Ceará: A vez do Empreendedor", realizado pela Câmara Brasil-Portugal no
Ceará (CBP-CE) e pelo Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil, com base em
dados da Junta Comercial do Estado.
Dos 2.273 investidores no estado, 781 são de Portugal, revela o mesmo estudo,
que abrange o período até 2007.
O vice-cônsul referiu ainda que o Ceará tem uma ligação directa da TAP,
"com o melhor aproveitamento da linha do Nordeste", além de um voo
semanal da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), a impulsionar a
movimentação.
Dados da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur) indicam uma média anual de 45
mil visitantes portugueses por ano, entre 2006 e 2008.
O vice-consulado vai poder emitir documentos de viagem, registo civil,
notariado, conceder vistos e fazer o recenseamento eleitoral.
Jornal da Madeira, aqui.