Os dados foram revelados
por Wilmer Flores Trosel, director-geral do Corpo de Investigações Científicas,
Penais e Criminalísticas (CICPC), durante uma conferência de imprensa em
Caracas, onde fez um balanço das actividades de investigação daquele organismo.
Segundo aquele responsável, foram detidos
vários funcionários da Polícia Metropolitana de Caracas e da Polícia de
Miranda, um deles envolvido no sequestro de um comerciante português de 53
anos, ocorrido a 3 de Setembro.
"Após pressão policial, João Fernandes de
Freitas, de 53 anos, foi deixado em liberdade mas depois recebeu muitos
telefonemas de um grupo quadrilheiro que o ameaçava novamente de sequestro.
Entrámos numa negociação para um pagamento controlado e conseguimos a detenção
de um funcionário policial adstrito à Polícia de Miranda", explicou.
Adiantou que foi ainda detido um outro cidadão
e recuperado o dinheiro que se pretendia cobrar por ele.
Segundo Wilmer Flores Trosel, os raptores
operavam na Área Metropolitana de Caracas e nas cidades de Guarenas e Guatire.
Trata-se de duas cidades do Estado venezuelano
de Miranda, a Leste de Caracas, onde, nos últimos meses, se têm intensificado
as queixas da comunidade portuguesa sobre situações de insegurança,
nomeadamente de raptos.
Segundo fontes da comunidade lusa radicada na
Venezuela, pelo menos 120 portugueses foram sequestrados desde Janeiro.
A comunidade lusa queixa-se de que a acção policial
é insuficiente para impedir os sequestros.
A polícia argumenta que os comerciantes não
denunciam as situações de sequestro, optando por negociar com os raptores, e
que, muitas vezes, expõem-se excessivamente, não aplicando as medidas de
prevenção.
Lusa
Diário de Notícias da Madeira, aqui.